O Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo (Gwatá) da Universidade Estadual de Goiás (UEG) publicou um vídeo, neste domingo, 22, denunciando os efeitos da contaminação por agrotóxico do Rio Vermelho, curso d’água da cidade de Goiás. “Os peixes continuam morrendo no Rio Vermelho na Cidade de Goiás”, diz a legenda do vídeo, em que é possível ver peixes boiando na margem do rio.
Um nota publicada também pelo grupo universitário revela que foram registradas ao menos quatro substâncias de alta periculosidade para saúde humana e para o meio ambiente. No documento, a entidade alerta a população da cidade e cobra por medidas do poder público.
No alerta feito pelo Núcleo Gwatá, se fala em “prováveis e iminentes danos à saúde e ao meio ambiente” cuja causa apontada foi a “contaminação causada por agrotóxicos dispersados nas proximidades do Parque da Carioca” que aconteceu após acidente com caminhão que carregava os produtos. O veículo se acidentou na GO-164 na última terça-feira, 17. Nas imagens compartilhadas pelo grupo da UEG é possível ver peixes mortos à beira do Rio Vermelho e restos das embalagens dos agrotóxicos.
Entre as substâncias destacadas estão: Mitrion (fungicida “altamente persistente” e tóxico para espécies aquáticas), Envoke (herbicida com alto potencial de deslocamento no solo, podendo atingir águas subterrâneas), Sphere Max (fungicida “altamente persistente” e móvel, danoso às espécies aquáticas) e Fipronil (inseticida tóxico para saúde humana, com atuação no sistema nervoso).
O grupo cobra, portanto, “urgência na tomada de medidas que garantam a saúde dos moradores(as) e visitantes da cidade”, como também medidas que previnam “impactos ambientais irreversíveis” de quem depende do Rio Vermelho. Sugerem: o isolamento da área, criação de equipe interinstitucional para combate às possíveis catástrofes ambientais, e monitoramento constante das águas do Rio Vermelho.
O Jornal Opção entrou em contato com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Goiás, mas não obteve resposta até o momento de publicação desta matéria. O espaço segue aberto.
Reconhecendo a gravidade da situação, a Vigilância Sanitária do município emitiu aviso alertando a população sobre os riscos de se expor às águas do rio. O órgão do poder público coloca que “as chuvas recentes dispersaram parte da carga de agrotóxicos no rio” o que as contaminou. Portanto, o órgão orientou que se evite consumo e contato, humano ou animal, das águas do Rio Vermelho.
No documento publicado, informam ainda que a Saneago garante que a água destinada ao abastecimento da população não vem do curso contaminado. Sem informar quais medidas estão sendo adotadas para controle das substâncias despejadas no Rio Vermelho, a Vigilância Sanitária pede para que a população fique atenta a quaisquer sinais de intoxicação (como tontura, dor de cabeça, dificuldade respiratória, irritação nos olhos ou na pele…) e busque ajuda médica caso os percebam.
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